A Educação de Jovens e Adultos no Brasil e a Influência de Paulo Freire

Bem vindo ao Blog de discussão sobre Paulo Freire e a EJA no Brasil.

Esse blog foi criado no contexto das aulas de Temas Fundamentais das Ciências da Educação do curso de Pedagogia Noturno na UFMG no primeiro semestre de 2010, com o objetivo de compreendermos a influência desse educador nas práticas educacionais de EJA no Brasil e no uso de tecnologias como recurso didático na EJA, particularmente na região metropolitana de Belo Horizonte.

domingo, 6 de junho de 2010

Entrevista estudande da EJA

Estas entrevistas foram realizadas em uma Escola Municipal da região metropolitana de Belo Horizonte com uma professora e três alunas da EJA.
É importante fazer uma reflexão sobre a maneira que a educação crítica e libertadora está restrita a um grupo da camada social. Para ratificar essa afirmação, que não pretendo delongar e não é foco das observações, aprecia-se as entrevistadas, todas pertencentes à camada popular, que não tiveram acesso à escola e não foram alfabetizadas no ensino regular na idade “apropriada”.
Uma escolarização ampla e de qualidade ainda está distante da realidade desses alfabetizandos, apesar de observar que a alfabetização dessas adultas não é tratada e realizada, por parte da docente, de maneira autoritária com foco na apreensão mágica da palavra doada às educandas. Pelo contrário a professora busca palavras de histórias contadas pelas discentes, a fim de inseri-las no processo da escrita. Porém não garante uma educação que atende as concepçõs de Paulo Friere, libertadora e crítica. Pois, as ações do profissional, muitas vezes, estão submetidas ao controle dos governantes que tem o interesse em formar apenas eleitores.
Portanto, não se pode afirmar que a educação que elas têm acesso realmente as permitem refletir sobre o que se aprende e esse aprendizado tem o objetivo de conscientizá-las democraticamente ou ajudá-las a formar opinião.


Entrevista com aluna M

Entrevista com a Srª M, de 59 anos, faxineira e está na EJA a menos de um ano.
Foi motivada a voltar à escola devida a insatisfação que tinha diante da postura do marido, político, que a deixava alienada de todas as reuniões e decisões tomadas em grupo. Em sua concepção não aprendeu a ler e nem a escrever por vontade própria, pois preferia namorar a estudar. Afirma que seus irmãos estudaram.
Para ela, o ensino na EJA é muito importante e alega que o ensino não se compara ao das crianças das séries regulares, pois nesse a tarefa é mais difícil e complicada de fazer.
De acordo com a entrevistada a falta de alfabetização não a impediu de trabalhar, até se aposentar, em vários lugares de faxineira, cozinheira e outros trabalhos domésticos e para personalidades importantes, como afirma com vaidade.

Entrevista com aluna JG

Entrevista com a Srª JG, de 67 anos, trabalhou em vários serviços domésticos e também em trabalhos de roça. Ela voltou a estudar porque atualmente dedica mais tempo à igreja e tem o desejo de ler a bíblia, compreender o que está escrito e estender essa leitura aos companheiros da igreja. Não chegou a freqüentar a escola na infância por dificuldades financeiras e precisou trabalhar, a fim de contribuir em casa para o sustento da família.
A Srª JG acha muito importante o que está aprendendo e fala que é uma pessoa que sabe tratar as pessoas com respeito e educação independente de ter freqüentado o ensino regular. Isto ela aprendeu com seus pais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário